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Mostrando postagens de 2018

Sua Majestade, o Poço de Monitoramento

Durante o Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), muitas decisões devem ser tomadas, em muitas etapas. A área está contaminada ou não? Existe risco à saúde humana? Precisa ser remediada? Como? Atingiu as metas de remediação? Está reabilitada para o uso pretendido? Posso colocar pessoas para morar lá? São questões muito importantes social, ambiental e economicamente e devem ser respondidas após coleta e interpretação de dados da área. No Brasil, na imensa maioria das vezes, possivelmente em mais de 90% das situações, os dados que embasam essas decisões vêm de um único instrumento: o poço de monitoramento, personagem de maior veneração de toda a cadeia do GAC. Por isso, pode ser chamado de "Sua Majestade". Mas: de onde vem essa veneração? A resposta é complexa, mas vou aqui emitir a minha opinião: a veneração vem da tradição incrustada em toda a cadeia do GAC (Consultorias, principalmente, mas também poder público e grandes Responsáveis Legais como distribuidoras de pe

Serviços - ECD

Novos Serviços da ECD

A Contaminação Vem do Vizinho!!!!!

Certamente quem trabalha com Áreas Contaminadas já ouviu essa frase muitas vezes. Provavelmente já falou essa frase uma boa porção de vezes também. Mas... dá pra dizer isso sem medo de passar vergonha? A ideia desse texto surgiu após uma animada conversa que tive no sábado passado com um amigo que trabalha com áreas contaminadas, mas na área jurídica. Na conversa, pude perceber o quanto essa frase é utilizada, para diversos fins, nos trabalhos de Gerenciamento de Áreas Contaminadas. Basicamente no que se baseia essa afirmação? No "mapa potenciométrico" da área. Se a sua área está "a jusante" hidraulicamente do vizinho, a tendência é tentar "jogar a bomba" para ele. Outro ponto que embasa a afirmação é o famoso "nunca foi usado esse composto na minha área". Sobre essa segunda afirmação, não vou comentar nesse artigo, mas os procedimentos do Gerenciamento de Áreas Contaminadas prevê que deve ser feita uma Avaliação Preliminar que não deixe nenh

Bombeamento e Tratamento ainda tem Utilidade na Remediação?

Por recomendação do meu amigo Martim Afonso de Souza,  e com o objetivo de promover um debate com nosso alunos do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento de Áreas Contaminadas do SENAC , reli recentemente o artigo: "Resurgence of Pump and Treat Solutions: Directed Groundwater Recirculation" , escrito em 2015 por  Suthan Suthersan, Eric Killenbeck, Scott Potter, Craig Divine, and Mike LeFrancois ( para ler o original, acesse esse link ). A essência do artigo pode ser descrita como o "renascimento" do bombeamento e tratamento (P&T - da sigla em inglês pump and treat ) como técnica de remediação para remoção de massa, após décadas sendo deixado de lado nos projetos de remediação. Nos EUA, esse movimento de abandono do P&T começou no final dos anos 80, no Brasil, começou no início dos anos 2000, alegando (com boa dose de razão), que o P&T não era eficiente para remoção de massa, apenas para contenção do avanço da pluma de fase dissolvida. O P&T foi su

Curso de Amostragem de Solo - 2018

No último mês de setembro/2018, fui um dos docentes de mais um excelente curso, promovido pela AESAS e pelo Centro Universitário SENAC e organizado pela Soldí Ambiental . O tema do curso era Amostragem de Solo, que já foi o mote de muitos textos já escritos nesse espaço, como esse e esse . Além de mim, foram docentes os professores: Nilton Miyashiro, da Engesolos e Silvio Almeida, da Eurofins. Foram três dias de muita conversa, trocas e quebras de paradigmas. Até o momento, as avaliações dos alunos foram extremamente positivas. Os principais conceitos discutidos nesse curso foram: - A amostragem de solo é a principal e mais importante ferramenta para investigação de áreas contaminadas; - Além das amostras para análises químicas (obrigatórias para investigação do próprio solo como meio a ser diagnosticado), a amostragem de solo é essencial para a obtenção de informações sobre o meio físico, particularmente para identificar e delimitar as unidades hidroestratigráficas, que é out

Amostragem de Solo - Metodologias

Vários amigos leram o meu artigo anterior, sobre o papel da Amostragem de Solo na Investigação de Áreas Contaminadas , e pediram para eu desenvolver um pouco mais os detalhes de qual modalidade de amostragem de solo deve ser utilizada para cada situação. Quem leu o artigo anterior e outros textos meus já deve ter se convencido que a amostragem de solo é a etapa fundamental da investigação de áreas contaminadas, que ela deve ser feita inclusive na zona saturada, que ela é obrigatória para instalação de poços de monitoramento e que ela deve ser feita preferencialmente por Direct Push com liner . Vou tentar aqui desenvolver o porquê disso e qual modalidade de Direct Push se adequa melhor a cada ocasião. Inicialmente, olhando para uma situação mais simples, que é a amostragem do solo superficial, até 1,0 m de profundidade, pode-se dizer que praticamente toda metodologia e ferramenta consegue coletar amostras representativas, variando um pouco apenas de acordo com o objetivo e com

Amostragem de Solo - Posso Viver Sem?

Sempre brinco com meus amigos do mundo das áreas contaminadas que tenho um "mantra", que é "Amostrai o solo". Tentarei, nesse breve artigo, explicitar algumas razões para a existência desse mantra e para a minha insistência com esse tema, que trata da amostragem de solo para investigação de áreas contaminadas. Vou logo dar a resposta para a pergunta-título: Não, de modo algum você pode realizar uma investigação sem amostrar o solo. Vou enumerar as razões: - A DD-038 (só pra ficar em um exemplo) estabelece que devem ser investigados todos os meios, ou seja, solo, água subterrânea e ar do solo, ou seja, ela obriga o Responsável Técnico a realizar uma amostragem de solo - Se você, por qualquer motivo, estiver investigando somente a água subterrânea instalando poços de monitoramento, é obrigado, pela NBR 15.495-1, a ter um modelo conceitual prévio, estabelecer a zona-alvo do monitoramento, dimensionar abertura das ranhuras e granulometria do pré-filtro, tudo isso an

Varredura Vertical de SQIs

Embora seja um nome complicado, a varredura vertical de Substâncias Químicas de Interesse (SQIs) é um conceito relativamente simples na investigação de áreas contaminadas: consiste em verificar qual a distribuição vertical do seu contaminante, ou seja, em quais profundidades há maior massa das SQIs, com duas finalidades principais: selecionar amostras para a realização de análises químicas quantitativas; e verificar quais as principais interações das SQIs com o meio físico, tudo isso em escala de detalhe, em especial nas áreas fonte. Em resumo, essa varredura vertical de SQIs é um dos dois pilares da investigação em alta resolução, junto com a definição e delimitação das unidades hidroestratigráficas (especialmente as zonas de fluxo e zonas de armazenamento). As varreduras verticais são importantes para qualquer SQI a ser investigada, mas tem seu uso mais comumente aplicado nos hidrocarbonetos de petróleo e nos compostos orgânicos voláteis (VOCs). Esse texto irá tratar da varredura

ECD Ministra Treinamento para Exército Brasileiro

No início do mês de maio/2018, a ECD foi convidada para ministrar um workshop em São Vicente-SP, para um grupo de oficiais do Exército Brasileiro, que está se preparando para atuar no gerenciamento de possíveis áreas contaminadas sob sua responsabilidade. Nesse workshop, a equipe da ECD , junto com 03 alunos do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento de Áreas Contaminadas do  SENAC , que também voluntariamente se dispuseram a ajudar, realizou amostragem de solo de perfil completo, varredura vertical de voláteis, definição da principal unidade hidroestratigráfica de fluxo e instalação de dois poços de bombamento nessa unidade hidroestratigráfica. Além disso, o Diretor Técnico da ECD Marcos Tanaka Riyis ministrou uma palestra sobre investigação de áreas contaminadas e mostrou, na prática, uma metodologia de descrição tátil visual e, principalmente, de definição das zonas de fluxo e armazenamento. Mais uma vez a ECD mostra que está empenhada em divulgar boas práticas e compartilhar o

Varredura de Compostos Orgânicos Voláteis (VOCs)

No Gerenciamento de Áreas Contaminadas, o diagnóstico de uma área se inicia com uma Avaliação Preliminar. O produto final dessa Avaliação Preliminar deve ser um plano de investigação confirmatória, que deve levar em conta, para locar os pontos de amostragem de solo, água subterrânea e/ou ar do solo,  todas as Substâncias Químicas de Interesse (SQIs) manipuladas na área, todas as áreas fonte, todas as fontes potenciais, todas as fontes primárias de contaminação e o meio físico. Se houver incertezas sobre algum desses itens, o Responsável Técnico deverá propor um método de varredura ou screening . O presente texto vai cuidar exclusivamente de varreduras para encontrar fontes de SQIs que sejam compostos orgânicos voláteis (VOCs). Ressalta-se que o objetivo de um screening é coletar grande quantidade de dados qualitativos, de baixo custo individual, para se ter uma tendência, uma linha de evidência, que permita direcionar a amostragem de solo, água subterrânea ou ar do solo. Essa varredu

ECD - Retrospectiva 2017

Como em todos os anos, nós da ECD fazemos uma retrospectiva do ano que passou, para que possamos ver onde estávamos e para onde estamos indo (veja aqui a primeira, de 2010 ; a especial de 10 anos, em 2014 ; a de 2015 ; e a de 2016 ). Embora o caminhar seja sempre o essencial, é importante pararmos um pouco para ver o que fizemos. 2017 foi o ano de implementação e ratificação da mudança da cultura histórica de uma empresa tradicional de sondagens. Agora com equipe bem reduzida, a empresa guinou totalmente e não tem como objetivo fazer mais metros, instalar mais poços, pegar todos os serviços, disputar espaço com a concorrência. O objetivo do Oceano Azul, descrito no ano passado , foi incessantemente buscado, com o desenvolvimento de novas metodologias, técnicas e ferramentas que ajudaram as consultorias parceiras na elaboração de seus modelos conceituais. Dessa forma, em 2017, não trabalhamos PARA consultorias, mas sim, trabalhamos COM as consultorias. Também solidificamos parcerias